terça-feira, 10 de abril de 2012

ROMMEL WERNECK (1987- )

Rommel Werneck é fundador e diretor do Poesia Retrô, www.poesiaretro.blogspot.com, grupo de revivalismo literário, com Gabriel Rübinger. Expôs suas obras e palestrou em 2003 no Instituto Pão de Açúcar. Venceu concursos literários. Reside em São Paulo onde realizou saraus em 2010. Graduado em licenciatura plena em Letras (Português/ Inglês)  pela UniPaulistana (2009) e formado em Desenhista de Moda e Vestuário pela ETE José Rocha Mendes (2006). Atualmente, dirige também o Picnic Vitoriano São Paulo, grupo de Living History e o blog 'Stamos Kilts!. Estuda latim, arte sacra e mitologia. Seu primeiro livro solo está no prelo.




GAROTO DE ALUGUEL



E esta boca com gosto de cigarro?
E este batom com cheiro de motel?
Tudo isto que parece ser bizarro
É na verdade o mais florido céu!

E estas costas repletas de água e barro?
E este peito tão áspero e cruel?
Eu vomito aguardente de catarro
Com meu simples garoto de aluguel...

E este coração tão seco e tão duro?
Que nem mesmo respira, pulsa ou bate
Que mais parece caixa de amianto?!

E este puto com cara de anjo e santo
Que na esquina, na vida, no combate
Enfrenta novamente seu futuro?



***



PLÊIADES


Plêiades refulgem no azul Infinito...
Pelos saraus, serestas e academias
Pulsam loucamente declamando
Poesia: um êxtase dos deuses
Prosa: flores que formam romance
Poetas, prosadores, as plêiades todas, enfim,
Procuram algo mais prazeroso do que a Poética.



***


A DANÇA DE DIANA


E sobre a Terra, o veludo molhado, negro manto
Sem ser notada, Diana descansa intensamente
Ela, mulher, deusa, santa, satélite, serpente
Logo desperta suave do sono de acalanto

Desliza um pouco a mantilha e converte-se em crescente
Revela
o colo, seus ombros apenas, entretanto
Despe-se toda a rainha das deusas e do encanto
Nua e belíssima: cheia de graça livremente!

E quem contempla a mulher no seu banho, em sua alcova
Logo perdido se vê. Mais um ciclo dela encerra
Ela se cobre, a minguante serpente se renova.

Numa neblina de nuvem, incenso gris na acerra
Sem ser notada,  Diana se torna fria e nova
E o manto negro, molhado veludo sobre a Terra...









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